Candidato a vereador em SC, pastor procurado da Justiça pelo 8 de janeiro recebeu R$ 30 mil do PL
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Postagem de campanha de Dirlei Paiz, investigado por envolvimento nos atentados de 8 de janeiro — Foto: Reprodução/Facebook O candidato a vereador de Blumenau (SC) Dirlei Paiz (PL), procurado da Justiça pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, declarou ter recebido uma doação de R$ 30 mil do partido à campanha. Ele é investigado, assim como dois candidatos no PR e em SP, por associação criminosa relacionada aos ataques à sede dos Três Poderes, em Brasília. Paiz é um dos candidatos revelados pelo g1, no sábado (14), que são alvos de ordens de prisão expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na investigação sobre os ataques às sedes dos Três Poderes. Eles podem ser presos se encontrados, como aconteceu com Marcos Geleia Patriota (Novo), que tenta se eleger para a Câmara Municipal de Céu Azul (PR), mas a situação não os impede de concorrer. Por conta disso, também, o candidato não é impedido de receber recursos do partido. Por ordem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), qualquer valor doado ou repassado deve ser declarado pelo candidato à Justiça e tornado público, pelo portal DivulgaCand. As doações podem ser feitas até o dia da eleição. 💸 No município, outros sete candidatos ao cargo declararam ter recebido o mesmo valor que Pastor Dirlei, seu nome de urna. Flavinho (PL) e Jovino Cardoso (PL) ganharam mais: R$ 70 mil e R$ 80 mil, respectivamente. Os outros seis não declararam qualquer recebimento do diretório. Ao g1, o diretório do PL em Blumenau disse que as doações do fundo eleitoral vêm diretamente da direção nacional do partido, e que não tem informações sobre os critérios utilizados para a distribuição dos recursos. O CNPJ da doação ao candidato que consta no site Divulgacand é o da direção nacional do partido. Em nota, a defesa de Dirlei, feita pelo advogado Jairo Santos, diz que o candidato "obteve todas as suas certidões concedidas por todos os órgãos do Poder Judiciário como apto a concorrer, está concorrendo e assim permanecerá" (leia manifestação completa abaixo). Veja quanto cada candidato do PL à Câmara Municipal de Blumenau recebeu do partido: Angela Santiago: R$ 30 mil Angélica: R$ 30 mil Cassio Tavares - sem prestação de contas à Justiça Eleitoral Cezar Campesatto: R$ 30 mil Douglas Rafael: R$ 30 mil Flavinho: R$ 70 mil Ito: sem doação de partido Josi Menestrina: R$ 30 mil Jovino Cardoso: R$ 80 mil Léia: sem doação de partido Pastor Dirlei Paiz: R$ 30 mil Pastor Léo: sem doação de partido Professor Ramalho: sem doação de partido Professora Renata: R$ 30 mil Rosangela Vicente: R$ 30 mil Rui Godinho: sem doação de partido Pastor Dirlei é o nome de urna de Dirlei Paiz, que tenta pela segunda vez se eleger vereador de Blumenau. Em 2020, pelo Patriotas (que se fundiu com o PTB para formar o atual PRB), teve 522 votos e chegou a suplente, mas não foi chamado a assumir o cargo. Em 17 de agosto de 2023, Dirlei foi preso na 17ª fase da Operação Lesa Pátria, que tem como alvo participantes, financiadores e outros envolvidos no 8 de janeiro. À época, ele era coordenador político no gabinete do presidente da Câmara Municipal. Foi exonerado pouco depois. A defesa alegou, na ocasião, que o pastor sequer esteve em Brasília durante os ataques. Em 6 de dezembro, Dirlei foi libertado, obrigado a usar tornozeleira eletrônica e proibido de usar redes sociais. Em agosto de 2024, o diretório do PT em Santa Catarina disse ao STF Dirlei havia violado o veto ao uso das plataformas digitais. A defesa afirmou que ele havia sido hackeado, mas o argumento foi recusado, e Moraes determinou a nova prisão no fim do mês. Na campanha de 2024, Dirlei usa a prisão a que foi submetido para pedir votos. Ele é investigado pelo crime de associação criminosa. O candidato tem participado de comícios, adesivação de carros e distribuição de panfletos de porta em porta. “Pastor Dirlei Paiz aqui com todos vocês e hoje, dia 2 de setembro, eu não poderia deixar passar em branco essa data toda especial, que é o aniversário da nossa linda Blumenau“, diz, em vídeo postado naquele dia. O que diz a defesa de Dirlei Paiz Tomamos conhecimento, através da imprensa, de que o candidato a vereador por Blumenau, Pastor Diriel Paiz 22022, padece de um mandado de prisão expedido pelo senhor ministro do STF, Alexandre de Morais. Sobre o mandado: Foi expedido para cumprimento por delegado da polícia federal, ou seja, não se tem qualquer notícia e inclusive a imprensa mesmo declara que a P.F não se manifestou. Pastor Dirlei não é foragido, o que não permite que qualquer autoridade possa prendê-lo, cabendo então à policia federal que é a autoridade competente já que o mandado foi endereçado aquela instituição. Sobre o processo: Dirlei primeiramente havia sido indiciado por 09 (nove) crimes que somavam, se fosse condenado, numa pena alta, mas a PGR aceitou os argumentos da defesa e entendeu que deveriam continuar apurando apenas 02 (duas) condutas por parte do pastor, que seriam associação criminosa armada que não faz o menor sentido, haja vista lá em Brasília não se ter notícia de alguém armado naquele evento, quem dirá alguém que na data dos fatos sequer estava em Brasilia e nunca empunhou uma arma; a outra questão que restou foi de incitação, o que a defesa entende também ser incabível, haja vista ser um termo genérico, ou seja, não esta se falando de nenhum criminoso, tampouco foragido. Pastor Dirlei não foi sequer denunciado, ou seja, a defesa sequer foi chamada ao processo para fazer alguma defesa e bem por isso Dirlei Paiz é candidato vereador por Blumenau/SC, regularmente inscrito de forma legal. Quem não pode ser candidato? Aqueles condenados em situaçoes específicas administrativa ou criminalmente, mas para isso precisam passar pelo crivo de um processo até a condenação. Dirlei obteve todas as suas certidões concedidas por todos os órgãos do poder judiciário como APTO a concorrer, está concorrendo e assim permanecerá. Análise final: A prisão do Pastor Dirlei só interessa aqueles que temem ver ele eleito, pois a democracia se faz com paridade de armas, todos podendo disputar de forma igualitária, mas Dirlei já concorre com os demais candidatos de forma muito desproporcional, pois toda hora alguém tenta impedir que ele prossiga e isso faz mal à cidade, pois a luta pelo voto está desproporcional; Dirlei não está dispondo das mesmas armas que os demais candidatos para lutar pelo voto e uma futura prisão seria exclusivamente para desacelerar a aceitação do povo PATRIOTA pela sua campanha, já que ele não é foragido, não é criminoso e sequer é denunciado. Jairo Vieira dos Santos ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias